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como lidar com a inchaqueca durante a gravidez
como lidar com a inchaqueca durante a gravidez

"Cerca de 20% das mulheres sofrem de enxaqueca, o que é um número considerável. O problema pode ser deflagrado por oscilações hormonais, por isso é tão comum no sexo feminino. Com orientação adequada e, em muitos casos, o uso de medicamentos preventivos, é possível controlar as crises. Mas, e quando a mulher decide engravidar?

De acordo com o neurologista Abouch Krymchantowski, administrar as cefaleias, de um modo geral (a enxaqueca é apenas um dos vários tipos existentes), não é tarefa simples quando a paciente está gravida, já que são poucos os medicamentos permitidos para gestantes. Quem faz tratamento costuma receber a orientação de adotar algum método contraceptivo.
A boa notícia é que cerca de 75% das mulheres com o problema melhoram quando ficam grávidas. “Os hormônios produzidos na gravidez protegem a mulher da cascata química que leva à enxaqueca”, afirma o médico.

Dicas
Para aliviar os sintomas da enxaqueca de forma natural, o médico recomenda repouso durante as crises, compressas geladas na cabeça (que ajudam a contrair os vasos) e técnicas de relaxamento, como alongamentos e massagens.Também é aconselhável evitar situações ou alimentos que podem deflagrar a enxaqueca. Estresse e variações no padrão de sono (dormir pouco ou demais), assim como o consumo de queijos, embutidos, chocolate, aspartame e frutas cítricas, costumam ser gatilhos para boa parte das pessoas que têm o problema.Outra alternativa que pode ter efeito, segundo Krymchantowski, é a acupuntura. “Eu recomendo a técnica como acessória ao tratamento”, diz.

Pós-parto
A engenheira de segurança Margareth Fernandes Ribeiro, de 39 anos, passou cerca de dez anos sem saber que sofria de enxaqueca, pois um médico atribuiu suas dores a uma sinusite. Por
causa do diagnóstico incorreto e do uso de remédios que não eram indicados para o quadro, ela passou a ter dores cada vez mais frequentes. “Tinha duas, três crises por semana e quase desmaiava de dor”, lembra.

Depois de ser medicada adequadamente pelo neurologista, a enxaqueca foi controlada. Mas o tratamento teve que ser interrompido assim que ela descobriu que estava grávida. Para sua sorte, ela faz parte do grupo de mulheres que se beneficia da gestação e não teve uma crise, sequer, durante os nove meses.
Dois meses após o parto, no entanto, as dores voltaram. “O Tylenol ajudava, mas não resolvia”, comenta. Seguindo à risca os conselhos do médico para evitar os fatores deflagradores da enxaqueca, ela conseguiu administrar as crises até os seis meses do bebê, quando deixou de dar de mamar para poder voltar aos remédios.

Hormônios

Depois de dar à luz, a engenheira notou que sua enxaqueca ficou diferente. “Passei a ter crises só antes do período menstrual”, conta. Krymchantowski diz que esse padrão é bastante comum entre as mulheres, já que a enxaqueca está ligada a oscilações no nível de estrogênio. O uso de anticoncepcionais muitas vezes deve ser suspenso, quando há piora dos sintomas, ou então a pílula é administrada de forma contínua, para evitar os picos hormonais.
Muitas mulheres só se livram da doença de vez na menopausa, período em que a produção de estrogênio cai. Mas as que fazem reposição hormonal costumam ter o problema agravado. Nesses casos, é preciso que neurologista e ginecologista atuem em parceria, para ajustar a terapia e evitar as crises."